sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Umbanda X Intolerância


A intolerância é um problema que vem se agravando no Brasil e no mundo. Atos de preconceito e violência vêm se reproduzindo em escolas, nas empresas e em templos religiosos na forma de ofensas pessoais, ameaças, danificação de patrimônio e até lesões corporais. 

Por Laura Carreta/Colégio Pena Branca  


Segundo o relatório divulgado pelo Ministério dos Recursos Humanos, em 2016 foram registradas 759 denúncias de discriminação religiosa recebidas pelo Disque 100 (Disque Direitos Humanos) um aumento de 36,51% em relação aos 556 casos reportados em 2015. Juntos, Umbanda, Candomblé e Religiões de Matrizes Africanas representam cerca de 70% das vítimas. *(Fonte: http://www.mdh.gov.br/disque100/balancos-e-denuncias/balanco-disque-100-2016-apresentacao-completa/)*

O PRINCÍPIO DA INTOLERÂNCIA
No período colonial, o projeto de catequização em massa por si só gerou o preconceito para com as demais religiões. Hoje, o Brasil, que continua a ser um país de maioria católica, ainda que não praticante, tem como referência vários dos conceitos implantados pelos jesuítas.
Associado a isso, temos a mídia e a indústria do entretenimento que retratam as religiões de matriz africana de forma parcial e estereotipada, quando a s associam à práticas sombrias, ou quando as apresentam de uma forma caricata, com pseudo incorporações de espíritos e adivinhações fraudulentas. Além disso, a compra de horários na TV aberta é o palco para que pastores de igrejas neopentecostais usem seus cultos midiáticos para denegrir as manifestações mediúnicas.
UMBANDA SEM PRECONCEITO
A Umbanda nasceu com a finalidade de combater o preconceito. Em sua primeira incorporação, o Caboclo das Sete Encruzilhadas deixou isso muito claro: “Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre poderoso ou humilde, todos tornam-se iguais na morte, mas vocês homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar estas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte”.
E no dia seguinte decretou: “Vim para fundar a Umbanda no Brasil, aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos e os índios nativos de nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor , raça, credo ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto”.
Assim, ser Umbandista está vinculado ao respeito à diversidade. Seja de raça, cor da pele, orientação sexual, crença religiosa, ou qualquer outro. Frases que começam com “eu não sou preconceituoso(a), mas...” devem ser um sinal de alerta para o que se dirá na sequência.
O preconceito causa feridas profundas no corpo e na alma, e a sua disseminação não pode ser encarada como uma brincadeirinha. Somente nos tornando exemplos e passando esta mensagem aos que nos procuram em busca de auxílio, poderemos cobrar a mesma postura daqueles que são intolerantes para com a nossa crença em Deus, nos Orixás, em nossos Guias, Mestres e Mentores.



 



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