segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

As cores dos Orixás - Rubens Saraceni

Um pouco de Doutrina


Comentar sobre as cores do Ori­xás é o mesmo que tentar equili­brar-se e manter-se ereto na cris­ta de uma onda ou parar todos os movimentos no meio de um ciclone, pois nenhum Orixá tem uma única cor.

Isto tudo é apenas fruto da tentativa de individualizar o geral e generalizar o individual.
Como dar cor a uma energia?
Desde Oxalá, no extremo positivo, até Omolu, no extremo negativo, todos trazem em si tantas cores que, por não serem visíveis aos olhos humanos e serem ainda desconhecidas, é-nos impossível comentá-las.
Afinal todo Orixá é um mistério em si mesmo, e, por ser um mistério, por sua própria essência divina, assume a cor que lhe atribuem, além de todas as outras, pois um mistério é a Manifestação Divina do Divino Criador, tornada visível aos olhos humanos, os quais, por mais que estudem, jamais serão capazes de penetrar no interior de um mistério para desvendá-lo.
Em verdade, um Orixá irradia todas as cores, pois irradia em todas as sete faixas ou padrões vibratórios, e cada tipo de vibração, ao graduar a velocidade do giro, pode ser para mais ou para menos, dá uma cor a cada um dos elementos irradiados na forma de energias.
Por isso, uns dizem que Ogum é azul e outros dizem que é vermelho. Ou uns dizem que Xangô é vermelho e outros dizem que é marrom.
Os Oguns individualizados assumem a cor vermelha, na Umbanda, porque o próprio astral aceitou essa classificação que fixaria a sua identificação e facilitaria seu entendimento. E o mesmo ocorreu com o marrom de Xangô.
Mas nós sabemos que as cores dos Oguns variam de acordo com a faixa vibratória em que atuam. E o mesmo acontece com todos os Orixás, pois temos Iansãs que irradiam a cor ama­rela, a cor vermelha, a cor azul, a cor cobre, a cor dourada, etc.
Logo, discutir a cor dos Orixás é um assunto ainda desconhecido no plano material. O comprimento de onda ou a velocidade da irradiação é que determina se uma energia irradiada é azul, verde ou vermelha. E o comprimento de onda ou velocidade obedece ao tipo de elemento e ao padrão vibratório da faixa por onde ele está sendo irradiado.
No padrão vibratório cristalino, as cores das energias praticamente desaparecem. No padrão vibratório telúrico, elas assumem tonalidades tão densas, que temos a impressão de poder pegá-las com as mãos.
Além do mais, dentro de uma mesma faixa vibratória, temos os subníveis vibratórios. E aí a coisa complica ainda mais, porque nos subníveis mais eleva­dos, as cores se sutilizam, e, nos mais baixos, elas se densificam.
Mas todos os Orixás são Mistérios Divinos e aceitam, sem discussões as cores que já lhe atribuíram ou haverão de atribuir-lhes, pois, como Mistérios, trazem em si todas as cores.
Então que na mente das pessoas se afixe a cor que melhor irá permitir sua interação vibratória com seu que­rido Orixá, pois através dessa via colo­rida seu Orixá atuará em todo o seu mental, espiritual, emocional e físico, e o fará com tanto amor que, no fim, no imenso oceano da vida, todos serão cintilantes e multicoloridos “pingos” de amor à criação e de fé, muita fé, no nosso amoroso Criador.
Agora passaremos aos nossos ama­dos filhos-de-santo e filhos-de-fé, as cores que temos permissão de revelar, e que, se estudarem um pouco acabrão descobrindo fundamentos profundos no campo das irradiações energéticas que começam a acontecer após nossos “pedidos” e orações, invocações e fir­mezas, irradiações e cantos.
OXALÁ....................... Branco, cristalino, furta-cor.
OIÁ-TEMPO.............. Azul escuro, branco, preto e prata.
OXUM........................ Rosa, dourado, azul e amarelo.
OXUMARÈ................. Azul, furta-cor, lilás e azul celeste.
OGUM........................ Azul escuro, prateado, vermelho.
IANSÃ........................ Amarelo, dourado, vermelho-coral.
XANGÔ....................... Marrom claro, dourado, vermelho.
EGUNITÁ................... Laranja, dourado e vermelho.
OXOSSI..................... Verde, azul escuro e magenta.
OBÁ............................ Magenta, dourado e vermelho.
OBALUAÊ.................. Branco, prateado, violeta e branco/preto.
NANÃ......................... Lilás, azul claro e roxo.
IEMANJÁ................... Branco azulado, prateado cristalino, azul profundo (anil) e azul claro.
OMOLU...................... Vermelho, preto, roxo, branco, vermelho, preto.
EXU............................ Preto, e vermelho.
POMBAGIRA............ Vermelho, e preto.
Portanto, fiquem com as cores que já se tornaram padrão, e está tudo certo para os nossos amados Orixás, uma vez que eles querem vê-los a partir de sua fé, que deve ser pura e imaculada.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Guias ou colares na Umbanda

Um Pouco de Doutrina

Pablo de Araújo Carvalho

As guias ou colares na Umbanda fazem parte da indumentária da religião e é recurso mágico-religioso por excelência quando devidamente cruzados e imantados pelos espíritos e guias protetores de Umbanda, pois os guias ou mentores são os ativadores dos mistérios que se abrem através dos colares. O colar no pescoço de um médium funciona como um pára-raios, um campo protetor que se abre e miniminiza a sobrecarga que por ventura venha atingi-lo. Caso o médium receba uma carga energética negativa de 100%, o colar do guia ameniza essa carga em 80% e o médium só sente o impacto de uns 20% da carga negativa. Por isso o colar ou guia não deve ser visto como um simples adereço e sim como um instrumento mágico fundamental para o uso nos trabalhos espirituais ou cotidiano caso recomendado por um Guia Espiritual de Umbanda.

Além disso todo colar é confeccionado por elementos naturais, tais como: pedras de cristais, minérios, porcelana, sementes, conchas, búzios, etc. Também são colocados símbolos como: cruz, espada, machado, crânio, penas, etc. mais também são amarradas fitas coloridas, branca, azul, amarela, verde, etc. Cada elemento possui uma finalidade e tudo é ativador de mistérios, pois se o colar é feito de cristais transparentes, essa guia é consagrada ao Pai Oxalá e cada vez que a usamos, além de abrir-se um campo protetor na força de nosso Pai Oxalá e no seu elemento que é o quartzo transparente, também abre-se um canal de comunicação através de cada esfera de cristal onde passamos a ser monitorados e vigiados através delas pela Divindade ou Guia responsável por aquela guia ou colar e ao detectar uma demanda ou um ataque espiritual, daquelas esferas ou pedras do colar saem espíritos que atuaram em nossa defesa, pois o colar é portal aberto e caso haja necessidade, é por meio deles que somos ajudados, sem a necessidade do guia incorporar para ajudar-nos.

O guia/colar também é um portal móvel e basta colocá-lo no chão acender uma vela no centro dele e oferecê-la ao orixá correspondente e dono desse colar, adentrarmos dentro do circulo com a vela em nosso tornozelo e clamarmos a Olorum e ao Orixá dono daquele colar e pedirmos que descarregue todas as energias negativas de nosso campo, nos harmonize e nos equilibre, que em instantes já estamos com todo nosso corpo físico e espiritual descarregado e nossas forças equilibradas e harmonizadas com a criação de nosso Divino Criador Olorum.
O guia espiritual é o único que sabe manusear e ativar os recursos do colar com 100% de conhecimento de causa, porém aprendemos alguns significados quando o colar é usado em determinadas posições em nosso corpo quando o guia está incorporado.

Vejamos:
Tradicionalmente o colar sempre é usado em nosso pescoço e aberto para frente, criando assim todo um campo protetor e abertura de passagem e troca de energias com as forças localizadas a nossa frente. Quando o colar é usado em vertical ou perpendicularmente, cruzado em nosso corpo e aberto para nossa esquerda, caso seja um colar de Exu cria-se assim todo um campo protetor e abertura de passagem e troca de energias com as forças localizadas a nossa esquerda, onde passamos a ser descarregados e esgotados de todas as energias negativas situadas em nosso campo e passamos também a ser carregados energeticamente falando de energias vitalizadoras e estimuladoras de nossas ações positivas e virtuosas.
Por que colocamos caso seja um colar de Exu? Porque à nossa esquerda quem rege são os Orixás, Exu, Pomba-Gira e Exu-Mirim e mesmo existindo outras divindades a nossa esquerda, na Umbanda é Exu que responde por todas as forças e campos à esquerda. 

Como somos curiosos e investigativos por natureza, vê que alguns guias em determinados trabalhos usam colares de Orixás e Guia da direita aberto para os campos à esquerda, e quando um colar de guia da direita está aberta ou colocada transversalmente para nosso lado esquerdo, é que esse colar está sendo um campo bloqueador de entrada de energias das realidades à nossa esquerda, porém raramente vemos isso e se o guia utiliza-os dessa forma é porque tem os seus motivos de bloquear temporariamente a entrada de vibrações a nossa esquerda.

Usa-se também colares cruzados perpendicularmente abertos um para esquerda e outro para direita. Geralmente esses colares usados no corpo de forma cruzada, possuem uma polarização energética ou forma pólos complementares, por exemplo, os guias geralmente usam colares cruzados amarelo (Mãe Iansã) de um lado e vermelho (Pai Ogum) de outro, dois campos que se complementam e trabalham em conjunto, poderia ser Marrom (Pai Xangô) e Laranja (Mãe Egunitá), vimos também colares cruzados de baiano e boiadeiro, como também colares de coquinhos ou olho de cabra (Pai Baiano) cruzado para esquerda e amarela (Mãe Iansã) cruzado para direita, ambos formam polaridades, pois a linha dos baianos é Regida por Mãe Iansã e Pai Oxalá, então forma pólo e campos que se complementam, assim como colares feitos de couro (Pai Boiadeiro) cruzado para esquerda e vermelho ou azul escuro (Pai Ogum) cruzado para direita, ambos formam polaridades, pois a linha dos boiadeiros são regidas pelos Orixás Ogum e Logunan (Oya-Tempo).


Então formam pólo e campo que se complementam e no ponto onde os colares se cruzam, formam um pólo magnético à frente polarizando com outro pólo magnético atrás, sendo o cruzamento do colar na frente e atrás um pólo misto de forças e a abertura dos colares à esquerda e à direita um pólo unipolar ou puro de forças e elementos.

Na verdade sabemos só aquilo que os guias querem que saibamos e nosso conhecimento é fruto desse querer, pois a fonte sempre serão eles e somos meros expansores desse conhecimento que se origina neles, o pouco que vamos aprendendo devemos disseminar para enriquecer a nossa religião. É certo que o colar tem muitos mais mistérios e formas de utilizá-los, porem somente os guias dominam integralmente esses mistérios e vamos nos contentando com o pouco que nos é aberto e esclarecido. 

Saravá Umbanda.