sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Lenda de Oxóssi

Publicado no JNU-Jornal Nacional da Umbanda 28

A cada ano, após a colheita, o rei de Ijexá, saudava a abundância de alimentos com uma festa, oferecendo inhame, milho e coco. O rei comemorava com sua família e seus súditos, só as feiticeiras não eram convidadas. Furiosas com a desconsideração, enviaram à festa um pássaro gigante que pousou no teto do palácio, encobrindo-o e impedindo que a cerimônia fosse realizada.
O rei mandou chamar os melhores caçadores da cidade. O primeiro tinha vinte flechas. Ele lançou todas elas, mas nenhuma acertou o grande pássaro. Então o rei aborreceu-se e o mandou embora. Um segundo caçador se apresentou, este com quarenta flechas, o fato se repetiu novamente e o rei mandou
então prendê-lo.
Bem próximo dali vivia Oxóssi, um jovem que costumava caçar à noite, antes do sol nascer, ele usava apenas uma flecha vermelha.
O rei mandou chamá-lo para dar fim no grande pássaro. Sabendo das punições imposta pelo rei aos outros caçadores, a mãe de Oxóssi temendo pela vida do filho, consultou um babalaô, e os obis mostraram que, se fosse feita uma oferenda para as feiticeiras ele teria sucesso.
A oferenda consistia em sacrificar uma galinha. Nesse exato momento, Oxóssi deveria atirar a sua única flecha. E assim o fez, acertando o pássaro bem no peito ferindo-o de morte.
O rei agradecido pelo feito, deu ao caçador metade de sua riqueza e a cidade de Keto“, terra dos panos vermelhos”, onde Oxóssi governou até a sua morte, tornando-se depois um Orixá.
in “Mitologia dos Orixás” de Reginaldo Prandi, Ed. Companhia das Letras.
Esta lenda mostra claramente que a energia de Oxóssi está ligada à fartura, à prosperidade. É Oxóssi que, com o seu tiro certeiro, mata o pássaro gigante, pousado no teto do palácio, permitindo assim que continue a celebrar-se a abundância de alimentos e recebendo em troca metade da riqueza do rei e uma cidade.
É Oxóssi que, com a sua flecha, providencia para que nada falte ao seu povo , adentrando pelas matas, na calada da noite, sem medo dos perigos, em busca da caça, do alimento. E é a busca constante, à procura do alimento, que lhe permite conhecer as matas, cada árvore, cada folha.
Assim, a energia de Oxóssi está ligada a essa busca que visa em si o conhecimento; não só o conhecimento do mundo que nos rodeia, pois é a energia de Oxóssi que está ligada às diferentes áreas do saber, a ciência, a educação, a filosofia, mas também e principalmente ao conhecimento de nós mesmos, das nossas necessidades, para que possamos crescer e evoluir enquanto seres materiais e espirituais.
É a energia de Oxóssi que vibra em nós, quando refletimos, buscamos o nosso interior, para compreendermos quem somos e quem queremos ser. É neste sentido que a energia de Oxóssi atua como Caçador de Almas que, com a sua flecha certeira, instrumento de fé, nos resgata, nos cura, derrotando o pássaro
gigante que habita dentro de nós , permitindo, assim, que possamos viver com a certeza de que Oxóssi nos guiará no caminho da Luz, sempre buscando, sempre partilhando, para que a fartura, a abundância sejam sempre celebradas por todos nós!
Fonte: A.T.U.P.O. – JORNAL FUNDAMENTO (Portugual)

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Rubens Saraceni e a Umbanda

Fonte: Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda.
1 - Entre os católicos é comum que os santos sejam vistos como auxiliares constantes, ou seja, as pessoas pedem auxílio aos santos para questões do dia-a-dia ou situações mais extremas. Esse tipo de relação existe entre os seguidores da Umbanda e os orixás? Eles são vistos como auxiliares constantes, diários? Existem “orações” voltadas para orixás específicos, ou para situações específicas?Na Umbanda os Orixás são entendidos como divindades que tem funções bem definidas na criação, entre as quais as de auxiliar-nos, sendo que elas são bem conhecidas pelos umbandistas, que recorrem a um ou a outro Orixá, sempre de acordo com suas necessidades e procedendo segundo os procedimentos de cada um deles.
Eles estão sempre a nossa disposição e tem sim a suas orações especificas.

2 - Que tipo de poderes (ou energias) os orixás possuem? Como é a relação entre essas energias e as pessoas? Em que elas influenciam ou podem influenciar a vida das pessoas?

Os Orixás possuem poderes (ou energias) conhecidas como Axés, energias estas que, por provirem de divindades são realizadoras na vida dos seres.
Como exemplo podemos citar uma pessoa com sérios embaraços em sua vida e que recorrem ao Orixá Ogum para desembaraçá-la pois o seu axé traz entre outras vibrações divinas uma denominada vibração “desembaraçadora” e cuja função é desembaraçar tudo que estiver embaraçado. Portanto, ao falarmos em Orixá estamos falando de divindades realizadoras.

3 - Qual a diferença entre a importância dos orixás na Umbanda e no Candomblé, se é que existe?Não existe uma diferença de importância dos Orixás na Umbanda e no Candomblé porque em ambas eles são as divindades supremas sustentadoras da criação e só tem acima de si o Divino Criador Olorum.

4 - Na mitologia, originalmente os orixás eram pessoas comuns que foram elevadas à categoria de divindades. Essa situação tem algo a ver com o que hoje se denomina ascensão?Na Mitologia tradicional dos Orixás eles foram descritos como seres humanos excepcionais e fundadores dos reinos e cidades míticas associadas a eles na região da África hoje conhecida como Nigéria. Mas, na Umbanda eles têm recebido uma nova interpretação onde são descritos como divindades- mistérios do Divino Criador Olorum.
Esclarecidas as visões dos Orixás no Candomblé e na Umbanda então podemos afirmar que sim, tal como no Cristianismo Jesus ascendeu, os Orixás Mitológicos também ascenderam.

5 - Como uma pessoa pode saber a qual ou quais orixás ela está conectada energeticamente?Uma pessoa pode saber a qual ou quais Orixás ela está conectada energicamente através de vários métodos ou jogos divinatórios tais como: o jogo de búzios, de cauris, do edingolum ou merindingolum, isto no Candomblé pois na Umbanda os processos de identificação são manipulados pelos Guias espirituais.

6 - Por que tantas pessoas costumam associar a Umbanda e os orixás ao mal e a demônios?Se tem muitas pessoas que costumam associar a Umbanda e os Orixás ao mal e a demônios isto se deve a intolerância religiosa, ao preconceito e ao racismo, infelizmente mascarados nas mensagens de supremacia de um deus branco e cristão, ignorância esta propagada continuamente por pessoas seguidoras de certas seitas cristãs.

7 - Existem muitas pessoas na Umbanda que psicografam mensagens?
Na Umbanda o fenômeno da psicografia não é tão cultivado quanto no espiritismo, mas após o surgimento das obras psicografadas por mim começou a surgir muitos outros médiuns umbandistas também possuidores desta faculdade mediúnica, fato esse comprovado pelos inúmeros livros já editados e que foram psicografados nos anos recentes. 

8 - Todas as pessoas que entram na Umbanda devem necessariamente incorporar um espírito?A pessoa, para ser classificada como médium umbandista tem que possuir a faculdade mediúnica de incorporação.
Agora, para ser umbandista não tem que possui-la e basta converter-se a Umbanda e seguir seus preceitos.

9 - Como a Umbanda vê a questão da obsessão espiritual?A Umbanda vê a questão da obsessão espiritual de duas formas: 
1. Como um problema cármico 
2. Como um desequilíbrio profundo no intimo do encarnado e que atrai seus afins desencarnados.

10 - O que você pensa a respeito da abordagem que a mídia tem sobre a Umbanda e os orixás, em particular nas obras de ficção?Eu creio que a abordagem da mídia sobre a Umbanda e os Orixás é deficiente e isso deve-se ao fato de que a maioria dos repórteres e jornalistas tem dificuldade de entender a profundidade religiosa existente por trás dos trabalhos espirituais realizados nas sessões de atendimento ao publico pelos guias espirituais.
Confundem os espíritos incorporados, dando consultas , dando passes energéticos e realizando descarregos com algo caótico ou pagão e não diferenciam esse tipo de trabalho socorrista, que aberto, da religião em si e da grandeza dos Orixás que dão sustentação a todos os trabalhos realizados pelos seus falangeiros ou guias espirituais.

11 - É possível uma pessoa “utilizar” o poder de um orixá - seja para o bem ou para o mal - ou os orixás não permitem que suas energias sejam utilizadas?O Orixá é um poder divino estável na criação e não estão sujeitos a desvios de condutas, inerentes aos seres humanos.
Agora, espíritos ou forças da natureza regidos pelos Orixás e que são seres ainda em revolução, estes sim tanto podem ser direcionados para o bem tanto quanto para o mal, tudo dependendo do grau de evolução deles.

12 - Existe diferença do termo “orixá” para a Umbanda, Candomblé e Quimbanda?Não existe diferença do termo Orixá, a não ser na grafia, para Umbanda, Candomblé e Quimbanda.


Pai Rubens Saraceni

     

       Rubens Saraceni é um médium e escritor brasileiro, nasceu em Osvaldo Cruz em São Paulo em 1951, e há mais de 25 anos exerce sua mediunidade e faz seus estudos no campo da espiritualidade.

      Seus inúmeros livros já publicados são psicografados, ditados e orientados pelos Mestres. Sua jornada, segundo conta, foi iniciada no espiritismo de "mesa branca", passando posteriormente para a Umbanda, onde se tornou Sacerdote de Umbanda Sagrada.

     Há muitos anos, o médium Rubens Saraceni, que tem uma enorme quantidade de livros psicografados e dezenas deles publicados, recebeu um pedido dos Mestres da Luz, Guias de Lei e de Umbanda, no qual solicitavam que as informações reveladoras, por eles transmitidas, não fossem apenas para seu bel prazer, e sim para que, por meio dele, o conhecimento se multiplicasse.

     Com isso, Rubens começou a ministrar o curso de Teologia de Umbanda, um curso simples e teórico, visando a uma melhor formação do médium umbandista em relação aos Fundamentos da Umbanda.

     Desse convívio, Rubens se deu conta do valor do que havia recebido, pois há muitos anos praticava a Magia Divina ensinada por seus Mentores, que se mostrou fundamental na proteção daqueles que o procuravam.

       Foi quando os Mestres da Luz ressaltaram a importância de consolidar-se no lado material um Colégio nos moldes dos Grandes Colégios Astrais, que sustentam toda a formação daqueles que se assentam à direita e à esquerda dos Sagrados Orixás, Tronos e Divindades de Deus. Daí surgiu o Colégio de Umbanda Sagrada Pai Benedito de Aruanda, para dar formação mediúnica e sacerdotal de Umbanda, bem como, sustentação, Religiosa e Magística aos que buscam o Conhecimento Sagrado sobre O Divino Criador Olorum (Deus),suas Divindades e seus Mistérios Geradores.

     Mestre Seiman Hamiser Yê, um Ogum Sete Espadas da Lei e da Vida, assumiu a abertura da Magia do Fogo no plano material, por meio de Rubens Saraceni, na qual são ensinados os fundamentos da Magia Riscada dos Orixás, a Grafia Sagrada, bem como a correta utilização magística das velas, suas cores e o elemento fogo na arte da Magia. 
     O primeiro curso do gênero aberto ao plano material por Mestre Seiman, e que deve ser o primeiro na formação do Mago, intitula-se "Magia das Sete Chamas Sagradas".

     Rubens é também o fundador do Colégio Tradição de Magia Divina, colégio este que se destina a dar amparo aos formados nas magias abertas ao plano material e espiritual.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Oxossi-20 de janeiro

Oxóssi é a Divindade que está assentada no pólo positivo do Trono do Conhecimento.
Oxóssi irradia o Conhecimento e atua em nosso mental estimulando nossa busca pelo conhecimento no sentido mais amplo da palavra, de modo a expandir todos os Sentidos da nossa vida. Ele também ampara os seres que fazem bom uso dos conhecimentos adquiridos (aplicando-os para a própria evolução e no esclarecimento e auxílio ao próximo).
Por isso, Oxóssi representa o arquétipo do Grande Caçador: aquele que vai buscar e nos traz o Conhecimento e respostas inteligentes às nossas necessidades de aprendizado e evolução.
Oxóssi é o raciocínio hábil, o cientista, o doutrinador, é o grande comunicador, é a Divindade da Expansão.
É o Senhor do Reino Vegetal, dono de todos os frutos, ervas e flores e de toda a vida existente nas florestas, campos, matas e adjacências.  É o Senhor da fauna e da flora planetárias.
Seu primeiro Elemento de atuação é o Vegetal (que nos purifica, limpa, nutre e cura) e o seu segundo Elemento é o Ar (que leva, espalha e expande).
Seu culto é muito difundido no Brasil.

HISTÓRIA
Na África, Oxóssi era cultuado basicamente no Keto, Nação praticamente destruída no século XIX, pelas tropas do então rei do Daomé. Então, os filhos consagrados a Oxóssi foram vendidos como escravos no Brasil, nas Antilhas e em Cuba. E assim o culto a Oxóssi na África foi praticamente esquecido.
No Candomblé, Oxóssi é o rei de Keto, filho de Oxalá e Yemanjá. É a Divindade da caça, que vive nas florestas, e cujos principais símbolos são o arco e flecha (Ofá) e um rabo de boi (Eruexim). Foi um caçador de elefantes, animal associado à realeza e aos antepassados.
Sua dança, de ritmo “corrido”, simula o gesto de atirar flechas para a direita e para a esquerda. Ele imita o cavaleiro que persegue a caça, deslizando devagar, e que às vezes pula e gira sobre si mesmo. É uma das danças mais bonitas do Candomblé.
Em algumas lendas do culto de Nação, Oxóssi aparece como irmão de Ogum e de Exu.
Isso acontece porque Oxóssi, Ogum e Exu, entre outros atributos, são vistos na cultura africana como guerreiros e caçadores, pois sempre vão à frente, buscando e abrindo caminhosembora Oxóssi seja o Caçador por excelência.
É importante lembrar que o culto de Orixá vem da África, de uma cultura tribal, na qual os homens saíam para caçar, quando não viviam da agricultura. E quem sai para caçar e trazer alimento para a tribo é o caçador.
Mas numa vida tribal, o caçador também é o guerreiro que enfrenta os perigos da floresta e depois traz alimento e informações para o grupo. O caçador não saía apenas para buscar alimento, ele também ia buscar conhecimentos (sobre a região, sobre os animais e a floresta, sobre outras tribos etc.). Havia situações em que ele ficava vários dias ausente, e na volta trazia as novidades, as notícias.
E quando um grupo saía para caçar, alguns se ocupavam com a caça, enquanto outros ficavam em torno, para proteger os caçadores. Estes que faziam a proteção atuavam como guardiões, tendo uma relação com o Orixá Exu, pois ficavam escondidos no escuro da mata, adiantavam-se, e depois passavam para os caçadores informações seguras sobre o caminho a seguir.
E cada vez que o grupo avançava, um seguia na frente. Era o mateiro, aquele que ia à frente do grupo com um facão para abrir o caminho, tendo uma relação com o Orixá Ogum. Tudo isso explica porque Oxóssi, Ogum e Exu são considerados irmãos, dentro do Culto de Nação. Eles têm Qualidades ou atributos semelhantes, que os tornam “irmãos”.
E sendo Ogum também o Orixá do ferro, foi dele que Oxóssi recebeu suas armas de caçador, nascendo aqui outro ponto de ligação entre ambos.
Vale lembrar que na Umbanda Oxóssi é sincretizado com São Sebastião. Mas no
Candomblé baiano está sincretizado com São Jorge e Ogum. Ocorre que tanto São Sebastião quanto São Jorge foram soldados do Imperador romano Diocleciano, que muito perseguiu e matou os cristãos. São Sebastião e São Jorge foram soldados, tinham a mesma função, e isso também lembra a questão da “irmandade” de Oxóssi e Ogum, tratada no culto de Nação. Por outro lado, São Jorge “caçava o dragão”, perseguiu-o até derrotá-lo, e isso nos mostra outro aspecto desse guerreiro e sua “irmandade” com Oxóssi.
Ainda dentro desses conceitos de Nação, Oxóssi vive na floresta, onde moram os espíritos.
Está relacionado com as árvores e os antepassados. As abelhas lhe pertencem e representam os antepassados femininos. Relaciona-se com os animais em geral, imitando seus gritos com perfeição. É o caçador valente, ágil e generoso, que propicia a caça, domina a flora e a fauna e protege contra o ataque das feras. Gera o sustento, a alimentação abundante, o progresso e a riqueza para o homem. Neste sentido se diz que
Oxossi é o que basta a si mesmo.
A ele estiveram ligados alguns Orixás femininos, mas o maior destaque é para Oxum.
Diz um mito que Oxóssi encontrou Iansã na floresta, sob a forma de um grande elefante, que se transformou em mulher. Casou-se com ela e tiveram muitos filhos, mas depois se separaram e seus filhos foram criados por Oxum. Abandonado por Iansã, Oxóssi se torna “um solitário solteirão” que vive nas matas fechadas, também porque, como caçador, tinha de se afastar das mulheres, consideradas nefastas à caça.
Esses mitos revelam vários significados.
Primeiro, as principais Qualidades do Orixá Oxóssi estão voltadas para o campo mental, na busca e aprimoramento do Sentido do Conhecimento. E o seu domínio sobre as matas fechadas traz a simbologia da atuação desse Orixá sobre a pureza do vegetal, que nos limpa, cura  e nos realimenta.  Isso explicaria o “isolamento” e “a solidão” de Oxóssi.
Por outro lado, a união de Oxóssi com Iansã representa o papel direcionador e movimentador da Mãe Iansã no campo do Conhecimento (regido por Oxóssi), para facilitar a expansão e a difusão desse Conhecimento. E a união de Oxóssi com Oxum representa que a busca do Conhecimento precisa estar equilibrada pelo Amor (regido por Oxum), para nos trazer benefícios reais. Estes dois mitos evidenciam que os Orixás atuam de forma sistêmica, nada está isolado na Criação Divina.
As lendas eram uma forma de se perpetuar o culto aos Orixás. Falavam sobre as várias Qualidades de cada Orixá, mas de um modo que os “humanizava”, ou seja, as lendas falavam sobre o Orixá a partir de um ponto de vista humano, para que todas as pessoas que as ouvissem se identificassem com o relato, de forma que a tradição, que era passada de boca a ouvido, não fosse esquecida.

LENDAS

O ORIXÁ DA CAÇA E DA FARTURA
 Em tempos distantes, Odùdùwa, Rei de Ifé, diante do Palácio Real, chefiava seu povo na festa da colheita dos inhames. A colheita do ano  havia sido farta e, em homenagem, todos deram uma grande festa, comendo inhame e bebendo vinho de palma. De repente, um grande pássaro pousou sobre o Palácio, lançando seus gritos malignos e farpas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pois não havia sido oferecida parte da colheita às feiticeiras Ìyamì Òsóróngà. Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes.
O Rei mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas. O rei então chamou Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, este guerreiro também desperdiçou todas as suas investidas contra o grande pássaro. Ainda foi convidado para matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarrão, ele atirou em vão suas 20 flechas contra o pássaro encantado.
Por fim, o rei convocou, da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, o caçador de apenas uma flecha.  A mãe do caçador sabia que as feiticeiras viviam em cólera e que nada poderia ser feito antes de uma oferenda para apaziguá-las. Ela foi consultar Ifá. Os Babalaôs disseram-lhe para preparar oferenda com ekùjébú (grão muito duro), também um frango òpìpì (frango com as plumas crespas), èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira) e seis kauris (búzios). Pediram ainda que colocasse a oferenda numa estrada, sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção, e que durante a oferenda recitasse o seguinte: "Que o peito da ave receba esta oferenda". Ela obedeceu.
Neste exato momento, seu filho Òsotokànsosó disparava sua única flecha em direção ao pássaro, que abriu sua guarda para receber a oferenda da mãe do caçador, recebendo também a flecha certeira e mortal de Òsotokànsosó. Então, todos começaram a dançar e a gritar de alegria:"Oxossi! Oxossi!" (=caçador do povo). A partir desse dia, todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, que foi reverenciado com honras e carrega seu título até hojeOxossi.
Essa lenda nos fala de Oxóssi como o Grande Caçador, o Senhor da caça, que traz a fartura e a abundância para todos. E também fala da precisão, “da flecha certeira”, da determinação e objetividade firmes de Oxóssi: “o caçador” que estabelece o alvo e se prepara para atingi-lo, conhecendo e respeitando as forças da natureza, e que age sem arrogância, sem vaidade, mas de forma racional, lúcida.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXÓSSI:
Os filhos de Oxóssi apresentam características do arquétipo atribuído ao Orixá.
Representam o homem impondo sua marca sobre o mundo selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo.
No positivo: São joviais, rápidos e espertos, mental e fisicamente. Cheios de iniciativa, dotados de um espírito curioso e observador, estão abertos a novas descobertas e novas atividades e são geralmente desbravadores, pioneiros. Têm grande capacidade de concentração e de atenção, firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir. Lidam bem com a realidade material, têm os pés ligados à terra, o que não quer dizer que sejam ambiciosos em demasia.
Possuem extrema sensibilidade, qualidades artísticas, criatividade e gosto apurado. Sua estrutura psíquica é emotiva e romântica. São discretos, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros e respeitam muito o espaço individual de cada um.
Independentes, não apreciam muito os trabalhos em equipe. Mas têm grande senso de dever e de responsabilidade, principalmente em relação aos cuidados para com a família (pois o “caçador” tem a responsabilidade de sustentar a tribo).
Sentem a necessidade do silêncio para desenvolver a capacidade de observação, e neste aspecto são reservados. Isso pode levá-los ao rompimento de laços, o que não quer dizer que sejam instáveis em seus amores. 
Fisicamente, tendem a ser magros, um pouco nervosos, mas controlados.
No negativoTornam-se muito solitários, fechados, introvertidos, críticos, respondões, brigam por qualquer motivo e podem tornar-se vingativos.

QUANDO OFERENDAR OXÓSSI: 
Para expandir qualquer coisa 

FIRMEZA PARA OXÓSSI: 
Quartinha Verde com ervas maceradas e uma pedra verde.

LINHA DE TRABALHO QUE DÁ SUSTENTAÇÃO
Caboclos

OFERENDA
Local: bosques e matas. Material: Velas brancas, verdes e cor-de-rosa; cerveja branca, vinho doce e licor de caju; flores do campo, ervas e frutas variadas.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O "Passe Espírita" e o "Passe Umbandista"

“A um médium é solicitado que conheça o mínimo indispensável para que possa realizar as práticas de Umbanda e seus rituais. Também é exigido que estude um pouco, porque só assim, entenderá tudo o que acontece dentro de um templo de Umbanda durante a realização das giras de trabalho.” Rubens Saraceni
Por Alexandre Cumino (Publicado no JNU- 01 - 15/11/2010)
1 Rubens Saraceni. Código de Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2006. P.79

A palavra “passe” tem origem no Espiritismo, codificado por Allan Kardec, e traz a idéia de “passar” ou “transmitir” algo a alguém. A doutrina codificada por Kardec tem base cristã e encontra no Evangelho as muitas passagens em que Jesus cura as pessoas e “expulsa” espíritos indesejados por meio da imposição de mãos. Algo que vamos encontrar em muitas outras culturas como a egípcia, a grega, a celta, a chinesa, a indiana ou em tradições indígenas e xamãnicas. Estudiosos do passado e do presente se debruçam sobre os fundamentos científicos das técnicas de “passe magnético”, desde Hermes Trimegistro, Fo-Hi, Asclépio, Pitágoras, Hipócrates, Paracelso, Van Helmont, Mesmer, Du Potet e outros.

Na obra de Allan Kardec vamos encontrar (A Gênese, Cap. XIV, 1:14, 15 e 18) a descrição dos “Fluidos” e sua manipulação:
Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas por meio do pensamento e da vontade. O pensamento e a vontade são para os Espíritos o que a mão é para os homens...
Pode-se dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros...
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; transmite-se de Espírito a Espírito pelo mesmo veículo, e, conforme sua boa ou má qualidade, saneia ou vicia os fluidos circundantes...

No “Passe Espírita” o médium manipula estes fluidos por meio de técnicas que foram se desenvolvendo com o tempo. Aqui no Brasil devemos, principalmente, a Bezerra de Menezes e Edgard Armond, o método já consagrado e largamente utilizado em boa parte dos “Centros Espíritas”. A padronização dos passes e outras práticas doutrinárias... foram providências adotadas na Federação Espírita dos Estado de São Paulo para efetivar a unidade das práticas espíritas, assunto de alta relevância, levado ao Congresso de Unificação realizado em 1947 nesta Capital. Estas são as palavras que “prefaciam” o título Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura de autoria de Edgard Armond, 1950. Podemos dizer que o conteúdo deste livro norteou e norteia até hoje o método e técnicas utilizadas no Espiritismo Brasileiro, em que o “Passe Magnético” subdivide-se por categorias como P1, P2, P3, P4. Além do Passe de Limpeza e da Auto Cura. A realização destes passes é feita por qualquer pessoa de boa vontade que tenha estudado o método, para algumas situações, no entanto é necessário certa sensibilidade ou Don mediúnico. A maioria dos métodos é explicada por uma corrente de energia/magnetismo e fluidos que estabelecem um circuito de forças entre “operador passista” e consulente (assistido). Dentro do processo são definidos alguns conceitos como a polaridade das mãos (direita = positiva, esquerda = negativa) e os centros de força, denominados de chacras por influência oriental, assim como a importância de um conhecimento básico sobre a fisiologia do corpo material e espiritual.

“Quando o Espírito é de elevada categoria, possui grande poder curativo, muito diferente e muito melhor que o que possui o magnetizador encarnado.” Edgard Armond2 (2 Edgard Armond. Passes e Radiações: Métodos Espíritas de Cura. São Paulo: Ed. Aliança, 1997. P. 85)

O “Passe Umbandista” não é apenas um “passe magnético” ou material e sim um “Passe Espiritual”, aplicado por um espírito. Assim como Edgard Armond classificou diferentes métodos de aplicação do Passe Magnético para diferentes necessidades, também os espíritos que se manifestam na Umbanda aplicam métodos variados de acordo com a necessidade de cada consulente, dentro dos variados recursos que cada espírito guia entidade/mentor, possui. Sem esquecer que cada um recebe na medida de seu merecimento e afinidade, podendo um encarnado bloquear uma ação positiva direcionada a ele mesmo como conseqüência de sua postura mental. Pois muitos merecem, mas não estão abertos emocionalmente ou psicologicamente para receber o que a espiritualidade lhe oferece, por vários motivos como descrença, irritação, mentalidade critica e posturas interesseiras desfocadas de um objetivo espiritual.
O “Passe Umbandista”, para além de “Passe Espiritual”, pode ser definido como a aplicação de um conjunto de técnicas mágico-religiosas, além de explorar todos os recursos possíveis de imposição de mãos, utiliza elementos e técnicas variadas e até inusitadas.
“Porém, enquanto nos centros espíritas usa-se o passe magnético, nos centros de Umbanda também se recorre aos passes energéticos, quando são usados diversos materiais (fumo, água, ervas, pedras ou colares, etc.) que descarregam os acúmulos negativos alojados nesses campos eletro-magnéticos... Nem sempre o que parece folclore ou exibicionismo realmente o é. Se os mentores dos médiuns de Umbanda exigem determinados colares de pedras, eles sabem para que servem e dominam seu magnetismo, assim como as energias minerais cristalinas irradiadas pelas pedras. Ervas e fumo, quando potencializadas com energias etéreas pelos mentores, também se tornam poderosos limpadores de campos eletromagnéticos.”3
A finalidade é de alcançar maior êxito de acordo com as necessidades, o merecimento e os recursos disponíveis. Cada entidade tem a liberdade de aplicar a técnica que lhe aprouver, desde que dentro dos limites de ética, bom senso e respeito. Embora haja um conjunto de métodos e recursos característicos da Umbanda. Muitas entidades, em especial os pretos velhos, por exemplo, realizam o benzimento, que se distingue do “Passe Magnético”, por empregar uma ação mais relacionada ao poder do verbo, elementos e simbologia, considerada “Magia Popular”. Também é possível identificar métodos complexos de Magia Riscada (Magia de Pemba), abrindo espaços mágicos (Pontos Riscados) que muitas vezes lembram Mandalas do Hinduismo ou mesmo Fórmulas Cabalisticas da Real Arte Simbólica e Mística Hebraica entre outras práticas de Ocultismo e Hermetismo. Entre os elementos mais utilizados podemos identificar velas, água, óleo, pedras, essências, fumo, ervas, tecidos, ponteiros e a citada pemba (giz utilizado para traçar símbolos), dentro de um ambiente de terreiro, mágico-religioso por natureza. Nos métodos se observam rezas, orações, preces, evocações, invocações, determinações e fórmulas mágico-religiosas associadas a banhos, defumações, oferendas e outros.
Todos estes recursos estão mais ou menos associados ao “Passe Umbandista”, no qual se cria um ambiente de Som, Cores, Aromas e Luzes, capaz de inebriar de forma positiva todos os cinco sentidos do consulente a fim de conduzi-lo a certo estado de consciência desejado.
Durante o “Passe Umbandista” observamos a entidade espiritual fazer a imposição de mãos, segurar velas direcionadas aos chakras ou traçando movimentos no ar, colocam colares (guias) no pescoço do consulente ou o colocam dentro da mesma em circulo no chão. Atiram ponteiros em pontos riscados, fazem gestos rituais e movimentos com os pés e mãos que nos faz crer na “Magia Gestual”. Em meio a tantos recursos, que nos encantam e fascinam, nos chama a atenção, em especial, o estalar de dedos, bem característico em quase todas as linhas de trabalho. Muitas pesquisas e especulações já foram realizadas sobre esta prática, entre elas são identificadas as energias que existem na ponta de cada um dos dedos da mão, que são pequenos chakras ou vórtices de energia (“chacrinhas”), e, o “choque” vibratório desencadeado no ar quando o dedo médio estala sobre a região da mão chamada de “monte de Vênus”, causando vibração astral e sonora o que desperta certa energia dentro do campo em que está atuando. Este “Estalar de Energias” pode assumir contextos vaiados de acordo com o que esteja associado, por meio do pensamento ou movimentos. Além deste contexto pode-se usar o estalar de dedos como um simples gesto de descarregar as energias absorvidas pelas palmas das mãos. Um caboclo ou outro espírito guia eleva sua mão ao alto (ou ao lado) buscando certa energia que será irradiada ao consulente, num movimento rápido, ao mesmo tempo em que transmite esta energia positiva, retira os eflúvios negativos e os “descarrega” com um estalar de dedos. Os movimentos longitudinais, transversais e circulares também foram descritos na obra de Edgard Armond, em que: Os passes longitudinais movimentam os fluidos, os transversais os dispersam e os circulares e as imposições de mãos os concentram, o mesmo sucedendo com o sopro quente. Este último merecendo ainda um estudo à parte.
No entanto pode-se associar procedimentos mais ou menos magísticos com os mesmos, ou seja, a relação entre estalos e números com o poder de realização que cada um deles possui, aplicando-se seqüências de estalos que podem variar, por exemplo, de 2x3,3x3,4x3 ou ainda estalos que desenham formas geométricas no ar. Lembrando que a aplicação de símbolos associados a idéias e intenções, com suas respectivas invocações é a mais explicita “magia simbólica”, encontrada nas mais variadas culturas. Assim seqüências de estalos “desenham” no ar, cruzes, estrelas e círculos; firmando ou estabelecendo pontos e espaços vibratórios, aos quais podem ter função nesta realidade ou abrir portais para outras realidades.
Muito mais poderíamos escrever sobre o “Passe Umbandista” e seus recursos, no entanto não pretendemos em um único artigo esgotar o que é inesgotável. Fica aqui um comentário final sobre a importância do estudo, não para complicar o que é realizado de forma tão simples por nossos guias de Umbanda, mas com a finalidade de compreendermos o que eles realizam, com a consciência de que eles sim estudam e estudaram muito para realizar este trabalho espiritual. Não estudamos por um movimento do Ego ou para substituir a presença dos mesmos, mas para lhes oferecer maiores recursos psíquicos, espirituais e materiais. Estudamos para ver o quanto somos ainda “neófitos” (aprendizes) nesta senda, em que Caboclo (a), Preto Velho (a), Baiano (a), Boiadeiro (a), Marinheiro (a), Cigano (a), Exu e Pomba Gira são nossos Mestres. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O que é Magia Divina?


Pai Rubens Saraceni

Magia (não é mágica = ilusão), antigamente rotulada de “Grande Ciência Sagrada” pelos Magos, é uma ciência oculta que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza.
Toda magia tem características ritualísticas, iniciáticas e cerimoniais que visam estabelecer contato do indivíduo com os aspectos ocultos do Universo e de Deus. A etimologia da palavra Magia, provém da Língua Persa, “magus” ou “magi”, significando tanto imagem quanto “um homem sábio”. Também existem outros significados como algo que exerce fascínio, como por exemplo quando se fala da “magia do cinema”.etc.
“Magia é o ato consciente de ativar e direcionar energias elementares positivas ou negativas, universais ou cósmicas e ponto final.” Agora, que energias são essas? Ai já outra questão…
Prática da Magia
A prática da magia requer o aprendizado (pelo iniciado, xamã, sacerdote, etc.) de diversas técnicas de autocontrole mental, como a meditação e a visualização. Franz Bardon, proeminente mago do séc. XX, afirmava que tais exercícios tem como objetivo equilibrar os quatro elementos presentes na psique do mago, condição indispensável para que o praticante pudesse se envolver com energias mais sutis, como a evocação e a invocação de entidades, espíritos e elementais (seres da Natureza), dentro de seu círculo mágico de proteção. Outras práticas mágicas incluem rituais como o de iniciação, o de consagração das armas mágicas, a projeção astral, rituais festivos pagãos de celebração, manipulação de símbolos e outros com objetivos particulares.
Magia NÃO é Religião…
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Muitas pessoas associam erradamente o ato magístico com religião e vice-versa. A despeito do que muitos imaginam a magia é muito mais antiga que a religião e muitas religiões utilizam-se de magia em seus rituais. Ambas utilizam-se (de forma consciente ou inconsciente) de poderes Divinos (e não humanos) para evocarem forças, energias, ondas, vibrações, etc. com algum propósito específico.
A questão não está se a magia funciona ou não funciona (pois ela SEMPRE funciona). Magia por definição é o ato de alterar uma realidade com base na determinação. Assim, mesmo que haja pela parte da força evocada o entendimento de que não há merecimento no pedido, ocorrerá com certeza uma mudança da realidade, nem que seja (inclusive) em contrário ao pedido do Mago.
Muitos sacerdotes detém autorga de suas Divindades para utilizarem-se de seus poderes divinos em benefício próprio ou de seus semelhantes. Mas não é necessário que um Mago seja religioso ou sacerdote para exercer seus dons. O difícil é dissociar as atividades de um Mago das de um sacerdote iniciado, pois geralmente os Magos optam por uma determinada religião que lhe ofereça condições de exteriorizar os poderes a ele conferidos.
Egrégora de Magia Divina
Egrégora provém do grego “egrégoroi” e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. Todos os agrupamentos humanos possuem suas egrégoras características: todas as empresas, clubes, religiões, famílias, partidos, etc. Fazemos parte da Egrégora dos 7.777 Magos de Magia Divina formados pelo Mestre Rubens Saraceni.
OS VINTE E UM GRAUS DA MAGIA DIVINA
Em 1999 teve inicio o ensino da Magia Divina, algo novo naquela época, quando só se ensinava magia em escolas iniciáticas fechadas e inacessíveis à maioria dos interessados nesse campo do esoterismo e do ocultismo.
Também inédito foi o método usado para ensina-la e de iniciar as pessoas que ingressavam em seus grupos de estudo porque dispensava-as de já possuírem conhecimentos anteriores nesse campo ocultista e facultava a todos um aprendizado pratico, eficiente e funcional em um curto espaço de tempo.
Foi, de fato, algo inédito que gerou em seu inicio muita polemica e criticas acidas por parte de pessoas dos meios umbandistas e candomblecista que, acreditavam elas, para alguem ser mago bastava conhecere os Orixás e suas oferendas.
Nos Cultos Afro-brasileiros esse conhecimento é muito útil aos seus médiuns (eu entre esses muitos médiuns) para poderem abrir os cultos e para auxiliarem as pessoas necessitadas, indo à natureza em seus pontos de força , oferendando os Guias e os Orixás para que esses auxiliem-nas.
Esse trabalho feito na natureza com Orixás e Guias espirituais é magnífico e é denominado “magistico religioso”, diferente do que eu havia iniciado com o ensino da Magia Divina das Setes Chamas Sagradas, pois nessa Magia Divina o mago iniciado trabalha com os poderes Divinos onde estiver, bastando-lhe ter a mão os elementos necessários, as suas iniciações e os conhecimento de como realizar de forma correta e segura toda uma ação mágica abrangente em beneficio próprio ou de outras pessoas.
E, ainda que, nos muitos graus elementais da Magia Divina o mago iniciado sirva-se de elementos formadores da natureza (água, terra, fogo, ar, vegetais, minerais e cristais) usados por todas as “Escolas de Magia” do mundo todo, no entanto ele só serve-se deles como meios concentradores de poderes Divinos e como Portais multidimensionais e não como um fim neles mesmos.
Mas, além do uso de elementos universais no campo do ocultismo, ao mago iniciado é aberta a ativação dos poderes divinos só através de sua mente ou da “Magia Mental”, onde os poderes divinos atuam tambem a partir das suas mentalizações e direcionamento de suas ações, fato esse que dotou milhares de pessoas de um poder que antes não tinham.
Esse diferenciador mágico e o fato da Magia Divina ser ensinada às pessoas interessadas, não importando a religião que seguem ou se são médiuns ou não,( pois para trabalhar com ela não se incorpora e não se fica “tornado” por nenhuma força externa), prova o seu ineditismo, quebrando resistências e preconceitos e abrindo para todos uma nova forma de ativação dos poderes divinos e do direcionamento de suas ações em beneficio aos necessitados com ações mágicas.
Com o passar do tempo e com a abertura contínua de novos graus a partir de 2001, muitos dos que não a aceitavam e dos que criticavam seu ensino, aberto a todos, viram que seus ceticismos ou suas criticas não se justificavam porque a “Magia Divina” era “algo” novo e inédito, algo esse que causa naturalmente reações em contrario naqueles que desconhecem e nos que seguem outros métodos de trabalho magistico ou que pertencem a outras escolas de Magia.
Entendi o ceticismo e as criticas como algo normal diante de algo novo e procurei esclarecer a todos que me perguntavam com educação sobre a Magia Divina e olvidei os que teciam comentários desvirtuadores sobre a Magia Divina porque, a esses, só o tempo os esclarecia e lhes demonstraria que a forma dela ser ensinada e praticada era inédita, ainda que seus graus trabalhem com poderes divinos e elementos universais, comuns a toda a humanidade.
Tanto isso é verdade que hoje, onze anos e meio depois de ter iniciado o primeiro grupo de estudos da Magia Divina (três de maio de 1999) tanto vejo pessoas iniciadas comigo abrirem novos grupos de estudo quanto vejo outras pessoas abrindo novas “Escolas de Magia” ou abrindo as que antes eram fechadas ou secretas, tornando-as accessíveis a um maior numero de pessoas.
Se isso tudo está acontecendo atualmente, isso se deve aquela minha iniciativa inédita e pioneira de ensinar a Magia Divina de forma aberta a todas as pessoas que sentiam atração pelo assunto, mas que só tinham à mão livros falando de magia, mas que não iniciavam ninguém de fato e tudo ficava no plano teórico do conhecimento.
Hoje, quando vamos iniciar a abertura do seu 21º grau para o plano material com o ensino da “Magia Divina dos Sete Portais Sagrados”, sinto-me feliz por ter perserverado e resistido a todo o ceticismo, a todas as criticas e a todas as ofensas à minha pessoa e aos mentores espirituais que me sustentam e dão amparo e proteção à abertura da Magia Divina a todos que nela queiram iniciar-se e tê-la como mais um recurso luminoso da Lei Maior e da Justiça Divina para semearem o bem nesse nosso tempo, tão conturbado pelas dificuldades que as transformações de um estado de consciência para um outro mais elevado, tem criado para os seres humanos.
A Magia Divina não é o único recurso enviado a nós pelo alto para nos auxiliar nessa difícil transição.
Não! Isso não!
Muitos outros servos abnegados do nosso Divino Criador abriram muitos outros recursos, com todos se somando no auxilio das pessoas necessitadas.
Junto com a Magia Divina veio a abertura do mistério de uma classe de seres divinos descrito na Bíblia Sagrada, mas limitada a uma das classes de Anjos, e que são os Tronos.
Até a abertura do mistério dos Tronos na Magia Divina tudo o que todos em todo mundo sabiam sobre eles é que eram uma das classes de Anjos… E nada mais.
Mas, de repente, um manancial de conhecimentos sobre os Tronos brotou e não parou até hoje de nos enviar mais e mais conhecimentos sobre eles, sendo que o principal, ao meu ver, é que eles participam da criação como os poderes regentes dos Sete Planos da Vida; da Gênese Divina dos Seres e de todas as demais espécies vivas criadas por Deus; assim como participam ativamente da criação das realidades, dos reinos, dos domínios e das muitas dimensões da vida, assim como dos universos paralelos a esse nosso, material.
Mas eles também regem sobre tudo mais, desde as cores até os elementos formadores do nosso Planeta;
Desde nossas faculdades mentais até o funcionamento dos nossos órgãos e aparelhos biológicos.
Enfim, os Sete Tronos são as sete manifestações de Deus e regem todas as religiões já criadas pelos homens, fornecendo-lhes todas as Divindades, cultuadas pelos mais diversos nomes.
Mas também nos revelou que eles são os regentes divinos da Lei Maior e da Justiça Divina, assim como o são de todos os processos magísticos já abertos na face da Terra porque regem sobre os Sete Sentidos da Vida e tudo relacionado a eles.
Nos revelou que podemos associar os Sete Tronos aos Sete Elementos, as Sete Cores, as Sete Faixas Vibratórias, aos Sete Reinos da Natureza, etc.
Esse entendimento profundo sobre os Tronos de Deus nos forneceu as chaves mestras ativadoras de todos os processos magísticos, de todas as classes de seres Divinos, de todos os elementos, de todas as vibrações, de todas as irradiações, de todos os magnetismos, de todas as energias, de todas as espécies de vidas criadas por Deus.
Nos forneceu até as chaves interpretativas do Mistério dos Orixás dentro da Umbanda antes totalmente dependente do conhecimento existente só dentro do Candomblé Nagô ou Yorubano.
Enfim, a abertura da Magia Divina foi importantíssima e só uns poucos já atinaram com isso e dela vem se servindo cada vez mais porque uma das chaves interpretativas que no foi fornecida é a dos “Fatores Divinos” e suas funções na Criação, bem descritos no Livro das Energias e da Criação, editado pela Madras Editora Ltda.
Resumidamente, os 21 graus da Magia Divina são esses:
Magia Divina das Sete Chamas Sagradas
Magia Divina das Sete Pedras Sagradas
Magia Divina das Sete Ervas Sagradas
Magia Divina dos Sete Raios Sagrados
Magia Divina dos Sete Gênios Sagrados
Magia Divina dos Sete Anjos Sagrados
Magia Divina dos Sete Elementos Sagrados
Magia Divina das Sete Conchas Sagradas
Magia Divina das Sete Luzes Sagradas
Magia Divina dos Sete Mantos Sagrados
Magia Divina das Sete Cruzes Sagradas
Magia Divina das Sete Cores Sagradas
Magia Divina dos Sete Giros Sagrados
Magia Divina das Sete Espadas Sagradas
Magia Divina das Sete Águas Sagradas
Magia Divina dos Sete Eixos Sagrados
Magia Divina dos Sete Símbolos Sagrados
Magia Divina das Sete Essências Sagradas
Magia Divina das Sete Vestes Sagradas
Magia Divina de Exu
Magia Divina dos Sete Portais Sagrados
Esses 21 graus trouxeram todo um vasto conhecimento sobre o Universo Divino e delineou todo um sistema magistico de fácil apreensão e de uma praticidade impressionante que vem surpreendendo médiuns umbandistas, seguidores das mais diversas doutrinas e magos das mais diversas escolas ocultistas abertos ao novo e que vieram conhece-la ou nela iniciarem-se também.
Isso nos faz sentirmos-nos gratos aos Mentores Divinos e Espirituais da Magia Divina, cuja abertura nos foi confiada.
Milhares de pessoas seguidoras das mais diversas religiões já se iniciaram nela e hoje se servem magisticamente dos seus poderes e mistérios para auxiliarem a si e aos seus semelhantes, tornando-se doadores desse auxilio aos necessitados.
Espero ter resumido aqui a importância desse novo recurso divino colocado ao alcance de todos os apreciadores do Esoterismo, do Ocultismo e da Magia.
Rubens Saraceni.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

2014 será regido pelos Orixás Xangô e Iansã

Curta Umbanda, eu curto

Texto do site www.umbandaeucurto.com

O planeta Júpiter e o elemento Fogo determinam a aproximação com os Orixás

Por: Umbanda Eu Curto
http://umbandaeucurto.com/noticias/2014-sera-regido-pelo-orixa-xango-e-iansa/#

A afirmação do título acima é facilmente encontrada nos principais buscadores na internet e se mostrou, em nossa pesquisa, com alguns bons fundamentos que julgamos valer a pena dividir com os leitores. Nós, dos canais Umbanda, eu curto!, acreditamos que todos os Orixás e Guias da Umbanda estão (e estarão) próximos de nós a todo momento; basta chamar por Eles. Contudo, já virou tradição destacar um ou mais Orixás como regentes de um determinado ano e, assim, buscamos definições coerentes com as características dos Orixás para publicar aqui. Independente de qualquer enunciado, destacamos que a fé e reverência a todos os Orixás e Guias da Umbanda deve prevalecer sempre, em detrimento de um ou outro.
De acordo com vários Dirigentes e Pais/Mães de Santo de Umbanda e Candomblé pesquisados, o ano de 2014 será regido por Xangô e Iansã. A afirmação se dá por aproximação com estudos astrológicos, onde Júpiter será o planeta regente do novo ano, criando assim correspondência direta com Xangô. “Primeiro de janeiro de 2014 cai numa quarta-feira de Lua Nova, dia consagrado aos mesmos Orixás para não ter dúvida que é o casal do dendê que vai reger o nosso próximo ano”, afirma o consultor esotérico Edinho D’ Ogun em seu site, referindo-se ao dia da semana relacionado a Xangô e Iansã.
Xangô também é considerado o Orixá do fogo, já que é poderoso e inspira respeito por onde passa. Seu senso de Justiça é representado pelo raio e pelo trovão e, embora passe uma imagem repressiva, Xangô sempre soube separar o bem do mal.
Já Iansã é a Deusa dos ventos e das tempestades e oferece muito otimismo e auxílio nas grandes paixões. Possui um espírito aventureiro como nenhum outro e ama a liberdade acima de qualquer coisa. Considerada a mãe da ventania e dos trovões, Iansã impressiona pela sua independência. Sua imagem está ligada a uma mulher guerreira, que defende tudo com unhas e dentes, mas o amor e a alegria que ela espalha em todos os momentos são também suas características.
Então, com Xangô e Iansã como regentes, o que então esperar de 2014?
Numa análise breve, é possível dizer que quem deseja ter um bom ano “terá que andar na linha”. Isso significa cumprir com suas obrigações e deveres, procurar o máximo possível agir corretamente e fazer tudo com os pés no chão para não sofrer as conseqüências futuras. Haverá uma tendência de que as pessoas estejam bem mais vivas e atentas do que o normal e qualquer falha ou erro, por mais simples que possa parecer, poderá ser motivo de disputas e desentendimentos. A influência de Iansã poderá surgir a partir de um comportamento geral das pessoas que estarão mais propensas a se libertar dos preconceitos e velhos hábitos. “Existirá um índice maior de pessoas preocupadas em se fazerem felizes do que dar ouvidos ao que os outros vão falar. Será muito comum ver as pessoas mais independentes, felizes, lutando por seus ideais”, afirmou o consultor.
Emídio de Ogum, em seu blog, faz uma outra aproximação interessante e que ajuda a pensar em como será o ano de 2014. Segundo ele, no Horóscopo Chinês, 2014 será o “Ano do Cavalo”, o que também converge para Xangô e Iansã (devido ao elemento Fogo). O Ano do Cavalo é bom para quase tudo, inclusive para quem busca romance, casamento e realização profissional. “Mas, para tudo, é preciso muita luta por seus objetivos, pois nada cairá do céu”, afirmou.
E disse também: “Este ano será bom para início de um trabalho ou abertura de empresa, será uma época boa para as decisões e projetos, também para promoções se este for seu objetivo. Estudar, criar e colocar em prática é a regra básica”.
A influência impulsiva do cavalo trará autoconfiança, ditará as ações e emoções. O tempo do cavalo é rápido, inspirará mudanças. Haverá uma liberdade de movimento em 2014, que invocará sentimentos impulsivos, renovação, transformação.
Neste contexto, vale a pena aproveitar a força espiritual do novo ano para colocar em prática projetos que estão parados e ideias que nunca saíram da gaveta. Transformar intenções em atitudes significa pensar, planejar e agir, sem demora e sem temor.