segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Armadilhas do ego: da ignorância às conseqüências

Perguntei ao Exu Sete Porteiras sobre os médiuns que só aparecem no terreiro quando precisam de uma consulta e zombam dos médiuns que cumprem sua missão e ele me esclareceu algumas dúvidas.
Orientação do Sr. Exu 7 Porteiras a Sacerdotisa Sandra Sagrado

"Vamos falar aqui de uma questão bem delicada que é o triângulo de forças, o cuidado com os Orixás de cabeça de cada filho de um terreiro, especialmente de casos em que o médium vem de outro culto afro-brasileiro, na busca de cuidar de seus Orixás de cabeça, não porque queira realmente entrar na Umbanda, mas porque acredita que será mais fácil  - financeiramente - fazer este cuidado.

Quando o médium vem com a preocupação de conseguir firmar seu Orixá e procura a Umbanda por achar que é mais barato e não porque realmente quer seguir a religião, comete alguns erros:
· Geralmente são médiuns que vêm de outra denominação e que tiveram a orientação de que devem fazer seu “santo” senão sua vida vai piorar – e procura a Umbanda por saber que é um culto caritativo;

·  Participa até saber seu triângulo de forças, mas sempre seguindo a orientação da antiga denominação, geralmente de um  médium orientador  que acredita cumprir sua missão ao orientar o médium  neste sentido e que continua acompanhando-o;
·  Ao seguir esta orientação, o médium faz o desenvolvimento mediúnico, até saber seu triângulo para firmar seu Orixá de frente, que segundo a orientação da outra denominação, seria o mais importante para sua vida seguir adiante. A partir daí, o médium acha que já fez o que precisava e some do terreiro. Depois se vangloria do que faz e busca outros terreiros só para se consultar, desde que falem aquilo que quer ouvir;
·  Quando vai a outros terreiros, geralmente videntes enxergam os guias do dirigente do terreiro que revelou seu triângulo de forças, porque não saiu, só sumiu, mas as forças  o acompanham..

Aí que reside grande confusão do médium que busca um terreiro por mera conveniência financeira ou por proximidade com um dirigente, mas sem seguir suas orientações. Fica confuso, corre de um terreiro a outro, sem qualquer compromisso ou comprometimento, enquanto sua vida dá certo em alguns aspectos. No entanto,  suas forças não são firmadas adequadamente, pois fica pulando de galho em galho, sem se fixar em local nenhum e ainda se vangloriando para o mundo que é “macumbeiro” e se acredita poderoso...

Quando chega ao ponto de se vangloriar, aparentando que sua vida vai de vento em polpa, deixando o orgulho tomar conta e o ego falar mais alto, começa a se desfazer das pessoas, achar que é mais que os outros e, é claro, atrai para si todo tipo de negatividade por sua conta e risco, já que não segue as orientações do terreiro do qual sumiu.

Muitos de voces já devem conhecer casos assim e que a vida da pessoa vai de vento em polpa, até a hora em que o calo aperta e o orgulho não permite admitir os erros cometidos e acaba falando mal da Umbanda, como se a religião fosse a culpada de seu desrespeito com a espiritualidade e suas lambanças junto a suas próprias forças. Esses médiuns, geralmente soberbos, quando estão conseguindo tudo o que querem, creditam à sua esquerda, mas quando as coisas começam a dar errado, culpam a Umbanda como um todo e ainda desrespeitam os terreiros e os médiuns que seguem a religião corretamente e a religião como um todo.

No plano físico, esses médiuns são considerados ingratos, porque desrespeitaram seus dirigentes, sua religião e suas forças e arcarão com as consequências no futuro. No plano espiritual, são encarnados que esqueceram ou querem esquecer o compromisso que assumiram ao encarnar, que deixam de cumprir sua missão adequadamente e, o que lhes resta, é gradualmente colher as conseqüências de suas atitudes e escolhas, tanto no plano material quanto no espiritual.  Na Umbanda encontram a liberdade, mas não possuem a seriedade para arcar com os compromissos e, quando começam a colher os frutos de suas inconseqüências, se apegam a outros cultos, nos quais se tornam intolerantes aos cultos afro-brasileiros, porque lá não tiveram a humildade de aprender a se desprender do ego e praticar a caridade em favor do próximo."
Gratidão pelas orientações,  Laroyê Exu 7 Porteiras