A intolerância é um problema que vem se agravando no Brasil e no mundo. Atos de preconceito e violência vêm se reproduzindo em escolas, nas empresas e em templos religiosos na forma de ofensas pessoais, ameaças, danificação de patrimônio e até lesões corporais.
Por Laura Carreta/Colégio Pena Branca
Segundo o relatório divulgado pelo Ministério
dos Recursos Humanos, em 2016 foram registradas 759 denúncias de
discriminação religiosa recebidas pelo Disque 100 (Disque Direitos
Humanos) um aumento de 36,51% em relação aos 556 casos reportados em
2015. Juntos, Umbanda, Candomblé e Religiões de Matrizes Africanas
representam cerca de 70% das vítimas. *(Fonte: http://www.mdh.gov.br/
O PRINCÍPIO DA INTOLERÂNCIA
No período colonial, o projeto de
catequização em massa por si só gerou o preconceito para com as demais
religiões. Hoje, o Brasil, que continua a ser um país de maioria
católica, ainda que não praticante, tem como referência vários dos
conceitos implantados pelos jesuítas.
Associado a isso, temos a mídia e a indústria
do entretenimento que retratam as religiões de matriz africana de forma
parcial e estereotipada, quando a s associam à práticas sombrias, ou
quando as apresentam de uma forma caricata, com pseudo incorporações de
espíritos e adivinhações fraudulentas. Além disso, a compra de horários
na TV aberta é o palco para que pastores de igrejas neopentecostais usem
seus cultos midiáticos para denegrir as manifestações mediúnicas.
UMBANDA SEM PRECONCEITO
A Umbanda nasceu com a finalidade de combater
o preconceito. Em sua primeira incorporação, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas deixou isso muito claro: “Deus, em sua
infinita bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal,
rico ou pobre poderoso ou humilde, todos tornam-se iguais na morte, mas
vocês homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças
entre os vivos, procuram levar estas mesmas diferenças até mesmo além da
barreira da morte”.
E no dia seguinte decretou: “Vim
para fundar a Umbanda no Brasil, aqui inicia-se um novo culto em que os
espíritos de pretos velhos africanos e os índios nativos de nossa terra,
poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer
que seja a cor , raça, credo ou posição social. A prática da caridade no
sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto”.
Assim, ser Umbandista está vinculado ao
respeito à diversidade. Seja de raça, cor da pele, orientação sexual,
crença religiosa, ou qualquer outro. Frases que começam com “eu não sou preconceituoso(a), mas...” devem ser um sinal de alerta para o que se dirá na sequência.
O preconceito causa feridas profundas no
corpo e na alma, e a sua disseminação não pode ser encarada como uma
brincadeirinha. Somente nos tornando exemplos e passando esta mensagem
aos que nos procuram em busca de auxílio, poderemos cobrar a mesma
postura daqueles que são intolerantes para com a nossa crença em Deus,
nos Orixás, em nossos Guias, Mestres e Mentores.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário